sábado, 13 de junho de 2009

O BRINCAR E A COMUNICAÇÃO





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Apresentamos parte do texto de

ANA PATRÍCIA BEZERRA FALCÃO
RAFAELA DE OLIVEIRA RAMOS

Trabalho de graduação apresentado como requisitos para obtenção

do grau de Bacharel de Psicologia,

sob orientação da professora Célia Regina da Silva Amaral.

poderão ver o texto completo em:

http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/monografias/

IMPORTANCIA_BRINQUEDO_ATO_BRINCAR.PDF



..É através de seus brinquedos e brincadeiras que a criança tem oportunidade de desenvolver um canal de comunicação, uma abertura para o diálogo com o mundo dos adultos, onde ela restabelece seu controle interior, sua auto-estima e desenvolve relações de confiança consigo mesma e com os outros... (Gabarino & Bomtempo;1999.p.69)


E fundamental saber que os brinquedos são tão importantes ao
brincar quanto um livro ao estudar. Segundo especialistas, as crianças que tem
contato com o brinquedo desde de bebê, amadurecem mais rápido do que as que
não tem; Pois é através deste que as crianças desenvolvem noções de tamanho,
forma, textura e até como funcionam as coisas.

Brincando as crianças constróem seu próprio mundo; o
mundo que querem e gostam; e os brinquedos são ferramentas que contribuem para esta construção, pois proporcionam à criança demonstrar e criar fantasias de acordo com suas vivências e experiências.

Para atingir esse fim, é preciso que pais e educadores repensem o
conteúdo e a sua prática pedagógica, substituindo a rigidez e a passividade pela vida, pela alegria, pelo entusiasmo de aprender, pela maneira de ver, pensar compreender e reconstruir o conhecimento, e este, só será conseguido através da interação entre o brinquedo e a criança. Desta forma, é necessário que os profissionais que atuam com crianças, estejam preparados para utilizá-lo como
meio pedagógico, favorecendo assim a aprendizagem.

Assim, o brincar é enfocado tanto como fenômenofilosófico como sociológico, psicológico, criativo, psicoterapêutico, pedagógico e também por outros ângulos de abrangência mais restrita e particularizada. Dessa forma, vamos abordar os principais pontos de cada enfoque, segundo
Santos (1999).


1- Do ponto de vista filosófico,
o brincar é abordado como um mecanismo para contrapor a racionalidade. Sabe-se que características que define o ser humano é a razão e a emoção, mas foi a racionalidade que perdurou durante séculos como instrumento de autodeterminação da pessoa e proclamada
como a sua especificidade, em detrimento da emoção. Há que se repensar um novo tempo em que intelecto e espírito, razão e emoção se integram como
parâmetro na busca de um novo paradigma para a existência humana,
consolidando as potencialidades pessoais às exigências das relações sociais. A
ludicidade, entendida como um mecanismo da subjetividade, afetividade, dos
valores e sentimentos, portanto da emoção, deverá estar junto na ação humana,
tanto quanto a razão.

Em relação à criança, é preciso que ela dê vazão a sua fantasia , a seus sonhos, pois sem isso estará limitada ao mundo da razão, desempenhando rotinas, resolvendo problemas e executando ordens, tendo sua expressão e criatividade limitadas. A criança, sem fantasia do brincar jamais terá o encanto, o mistério e a ousadia dos sonhadores, que só a emoção proporciona. A
expressão lúdica tem a capacidade de unir razão e emoção, conhecimento e
sonho, formando um ser humano mais complexo e pleno.



2- Do ponto de vista sociológico,
o brincar tem sido visto como aforma mais pura de inserção da criança na sociedade. Se o conhecimento social é
a base sobre o qual os grupos sociais chegam a um acordo a respeito das convenções estabelecidas pelo próprio grupo, os valores, crenças hábitos, costumes, regras, leis, moral ética, sistema de linguagem e modos de produção são conhecimentos assimilados pela criança através da brincadeira e do uso do
objeto brinquedo, que é produzido pelo homem e colocado à disposição da criança.
As pessoas somente podem produzir materiais se sua cultura, por isso obrinquedo é dotado de imagens, significados e simbologia próprias de uma determinada cultura.
Nessa linha de enfoque, a apropriação da cultura é resultado
das interações lúdicas, que se dá entre a criança, o brinquedo e as outras
pessoa.

3- Do ponto de vista psicológico,
o brincar está presente em todo o desenvolvimento da criança nas diferentes formas de modificação de seu comportamento; pois na formação da personalidade, nas motivações,
necessidades, emoções, valores, as interações criança/ família e criança/
sociedade estão associadas aos efeitos de brincar.
Segundo psicólogos, não existe nenhum mecanismo que tenha serevelado como mais importante do que os brinquedos para facilitar o desenvolvimento da criança. Isso não significa que os brinquedos possam acelerar o comportamento, mas se nada for oferecido na área lúdica, a criança terá sérios problemas.

Por outro lado, é na psicologia que se encontra o brincar como
uma necessidade tão importante como o sono e a alimentação e que garantem uma boa saúde física e emocional.

4- Do ponto de vista da criatividade,
tanto o ato de brincar como ato criativo estão centrados na busca do “eu”. É uma busca constante para descobrir algo novo. É no brincar que se pode ser criativo, e é no criar que se
brinca com as imagens, símbolos e signos, fazendo uso do próprio potencial, livre
e integralmente. Brincando ou sendo criativo, o indivíduo descobre quem
realmente é.
As condições favoráveis ao ato de brincar assemelham-se às
condições do ato de criar. Para ambos é necessário ter a coragem de errar e
lançar-se numa atividade de forma descompromissada; é necessário ter iniciativa
e autonomia de pensamento. A criança que é estimulada a brincar com liberdade terá grandes possibilidades de se transformar num adulto criativo;


5- Do ponto de vista psicoterapêutico
o brincar tem a função de entender a criança nos seus processos de crescimento e de remoção dos bloqueios do desenvolvimento, que se tornam evidentes. Na voz dos
psicoterapeutas o brincar é universal, é a própria saúde, facilita o crescimento
conduz aos relacionamentos grupais. É uma forma de comunicação consigo
mesma e com os outros; por si só é uma terapia.


Nessa linha de trabalho o brincar representa a atividade principal
da criança. Mesmo quando está de alguma forma debilitada, persiste nela a vontade de brincar.
A psicoterapia busca resgatar no brinquedo o lado sadio e positivo da criança.
O brincar assume a função terapêutica porque nessa atividade
a criança pode exteriorizar seus medos, angústias, problemas internos e revelarse
inteiramente, resgatando a alegria, a felicidade, afetividade e o entusiasmo.


6- E do ponto de vista pedagógico,
o brincar tem-se revelado como uma estratégia poderosa para a criança aprender.
Nos nossos dias o brincar foi sendo cada vez mais utilizado na educação, constituindo-se numa peça importante na formação da personalidade, nos domínios da inteligência, na
evolução do pensamento e de todas as funções mentais superiores,
transformando-se num meio viável para construção do conhecimento.

Em vista disso, grandes movimentos foram realizados no Brasil a
partir dos anos 80 em relação a valorização dos jogos e brinquedos, resultando na
criação de brinquedotecas, principalmente nas escolas, com objetivo de suprir as
necessidades materiais, construir acervos, oferecer espaços para brincar e
proporcionar à criança o acesso a um maior número de brinquedos, promovendo
seu desenvolvimento e aprendizagem.

A partir de tudo o que foi dito sobre o brincar nos mais diferentes
enfoques, pode-se perceber que ele está presente em todas as dimensões da existência do ser humano e, muito especialmente,
na vida das crianças. Pode-se afirmar que realmente brincar é viver, e as crianças brincam porque esta é uma necessidade básica, assim como a nutrição, a saúde, a habitação e a educação